domingo, 12 de maio de 2019

Especial Dia das Mães: Como é conciliar maternidade e profissionalismo nos dias de hoje? Mães da Etec de Itanhaém respondem


Textos: Isabella Patriota (15 anos, 2º ano do Etim Administração) e Livia Amâncio Ramos (15 anos, 2º ano do Etim Informática para Internet). Arte: Luís Fernando Oliveira Silva (15 anos, 2º ano do Etim Administração). Fotos: Arquivo pessoal

Ser mãe é ter no coração uma flor que desabrochou e que possui um perfume tão magnífico que dá orgulho de acordar todos os dias e sentir esse aroma. Para homenagear essa data, a #LigadoJornalismo conversou com algumas das incríveis mães da Etec de Itanhaém para saber um pouquinho mais sobre como a maternidade surgiu na vida delas e as superações que enfrentam nesse desafiador papel de ser mãe! Confira a seguir algumas das palavras desses verdadeiros exemplos de mulheres.


"Depois que fui mãe, eu me transformei em outra pessoa… Não existem palavras para descrever o quão grandioso é. A Sofia, para mim, é tudo. É minha vida, não me vejo sem ela! É uma realização que toda a mulher deveria, em algum momento, ter! No meu caso, eu sempre quis ser mãe. Tive muita dificuldade para engravidar… Mas quando fui fazer um exame por conta de um problema que tinha na época, descobri que estava grávida de cinco meses! Então, a Sofia é um presente de Deus, desde a descoberta", afirma a diretora da ETEC de Itanhaém, Sônia Maria Tridento. "Ser mãe é o significado de tudo, você trabalha pensando no melhor para o seu filho, programa coisas envolvendo seu filho... Eu não consigo planejar nada que não seja com ela. É realmente o que eu precisava para me completar como pessoa!", explica.


Sônia tem uma rotina muito agitada e acaba sendo difícil parar em casa e Sofia é uma linda menina de oito anos. Como é lidar com a profissão e separar um tempo na agenda para se dedicar ao amor maternal? "Realmente, é bem corrido, mas eu já consegui determinar uma rotina desde que ela nasceu. Por três dias da semana, ela fica com a babá e no resto dos dias eu e meu marido acabamos nos dividindo para passar um tempo com ela. Então, eu consigo administrar meu papel de mãe, ajudar com as lições, cobrar algumas coisas, dar carinho, dar atenção… Mas mesmo eu estando na escola, às vezes, a gente consegue achar um jeito de nos comunicarmos pelo celular, estamos sempre em contato! Nos finais de semana, também estamos juntas a todo momento. Eu a amo incondicionalmente!", explica.




Profissional competente, conselheira, companheira, mulher! Mais do que isso e a cima de tudo, mãe! A cordenadora e professora Viviane Barbosa Rasga foi diagnosticada quando aos 18 anos, com endometriose. Em tese, segundo o diagnóstico dos médicos, não poderia ter filhos. Ficou severamente entristecida em não poder realizar seu sonho, mas foi consolada pelo pai que, vindo em sua direção, na saída do hospital, afirmou: "Esses médicos são loucos, para Deus nada é impossível"


Acreditando no diagnóstico, dedicou-se à carreira profissional em busca de estabilidade, ser bem-sucedida na carreira que escolheu e independência. Com isso, concluiu a faculdade e se dedicou às aulas com muito carinho. Com a carreira e a estabilidade em dia, iniciou então a tentativa de seu sonho de maternidade. Mas, em um primeiro momento, o temido diagnóstico dado pelos médicos anos atrás, a princípio, foi comprovado. Após muito tentar, ela se deu por vencida e começou a cogitar a adoção, porém, como seu pai disse, "para Deus nada é impossível"


Um pouco depois de seu segundo casamento, no dia 20 de outubro, e ao parar de tomar seu anticoncepcional, Viviane descobriu que estava grávida. "Foi uma surpresa", declarou. "Em um sábado à tarde, eu estava escovando meus dentes quando vomitei, chamei minha mãe e apenas disse: 'estou grávida, fiz o teste e deu positivo'", ela ainda acrescentou que foi uma gravidez tranquila. 


Sobre a conciliação entre maternidade e profissão, ela pontua as dificuldades. "Hoje em dia é muito difícil uma mulher de classe média para baixa ser apenas mãe. Sempre ou quase sempre ela é uma profissional ou procura por isso, é necessário. Os tempos são outros e o papel do pai de sustentar a casa já foi. Uma mãe busca sempre o melhor para os filhos e, sendo assim, se o salário da mulher não é um complemento, é todo o recurso para seus filhos".


Na gestação, Viviane sofreu com a úlcera, no comecinho  da gravidez, e recebeu o carinho dos alunos com o dobro de atenção, amor e zelo de sempre. Após um tempo, foi afastada e ficou em casa, mas isso não mudou em nada o amor de seus alunos que a encheram de mensagens carinhosas e de saudades. Seu parto não demorou muito, de cesárea, o pequeno Miguel nasceu como um presente bem no Dia dos Pais no hospital, que estava completamente vazio. "A decisão sobre parto natural X parto cesáreo deve ser completamente tomada pela mãe com auxílio do médico, independente de qual forma tenha sido escolhida não tem um jeito único e certinho. Cada mulher vai escolher com seu profissional  que realizará o nascimento de forma sensata qual método será melhor".

Após cinco meses em casa com o pequeno - quatros meses de licença maternidade mais o mês de férias - Viviane afirma ter sido o pior dia de sua vida. As sensações eram diversas e variavam muito pela felicidade do retorno em sala e os momentos de saudade do filho com o sentimento ruim de estar longe dele. "Quando se tem uma criança, tudo vem em muito. Tudo é muito, você perde a identidade, não é mais você. Você vira a mãe, eu não era mais a Viviane, eu havia virado ali a mãe do Miguel".

Mas, para Viviane, o que mudou após ter o Miguel em relação ao alunos, trabalho e vida? "Eu sempre fui muito emotiva, mas após o meu filhote eu me tornei mais, junto da emoção a mais veio a compreensão. Eu via os alunos como mais que alunos, via mudanças, sentimentos, via pessoas que estavam em uma fase de crescimento não apenas física, mas evoluindo de outras maneiras. Minha empatia aumentou por eles e muito mais pelas mães, eu me tornei melhor em intermediar conflitos entre filhos e pais. Ser mãe me fez e me faz cada dia mais um ser humano melhor. Eu nunca tive medo de nada, sempre me joguei de cabeça, queria, fazia e pronto... Mas agora, com o Miguel, eu aprendi a ter medo, eu sinto medo, medo de faltar com ele. Hoje penso muito antes de fazer qualquer coisa. O instinto é muito forte: se ele está bem, eu estou bem, mesmo estando mal. Agora se ele está mal, seja como for, eu consigo ficar pior do que ele. Até dentro do casamento, ele é minha prioridade. Admito, às vezes, exagerar, mas ele é, e tenho que ressaltar que ser mãe me fez nunca mais ter um sono como antes. A preocupação e o zelo sempre estão presentes e sempre estou ali observando, cuidando. Eu teria outras crianças, porém tenho muito medo pela minha saúde. Ele me pede por uma 'irmãzinha' e vivo cogitando a ideia de adotar uma menina, pois sempre foi meu sonho".

Por outro lado, há as mulheres que não sonham com a maternidade. Questionada sobre o assunto, Viviane pontuou o direito de escolha. "A mulher que só pensa na carreira e não em ter filhos não está nem um pouco errada, acho importante ressaltamos isso, para ser mulher você apenas é, agora para ser mãe você precisa SER mãe, não existe isso de para ser mulher só sendo mãe, isso está errado", conclui.


Mãe de três filhos, Debora Cravo, funcionária administrativa da Etec de Itanhaém, também é um exemplo a ser seguido. "Ser mãe é a melhor coisa, pois você tem um amor incondicional… É diferente de tudo o que você já sentiu, você só descobre depois que você é mãe!". Questionada sobre as dificuldades de conciliar a vida profissional e a maternidade, ela é enfática. "Hoje em dia é mais fácil, pois eles já estão maiores… Meu caçula já tem 10 anos, a Nicole tem 17, a Emily tem 13… Mas quando eram pequenos era mais difícil, tinha escolinha, quando um ficava doente… Eu nunca parei de trabalhar, sempre trabalhei, mas tem que fazer uma rotina bem elaborada para conseguir encaixar! Eu penso muito para não diferenciar um do outro, faço o máximo pelos três!", finaliza.

Bom seria se todos os dias fossem o Dia das Mães. Se os filhos acordassem sensíveis a uma tamanha gratidão... Se os corações de todos fossem presenteáveis.  Se o amor por todas elas fosse coberto de obediência, respeito, carinho e cuidados. 

Bom seria se todos os dias fossem o Dia das Mães, se os filhos ouvissem seus conselhos como ouvem os melhores amigos, se eles a tratassem realmente todos os dias como uma joia de grande valor, e pensassem bem antes de lhes responder indevidamente. 

Bom seria se todos os dias fossem o Dia das Mães, e os filhos não as abandonassem depois que crescessem ou constituíssem suas próprias famílias, nem as rejeitassem pelas consequências da idade que o tempo traz. Bom seria sim se todos os dias fossem o "dia das mães", e a gente pudesse florir a vida dela como florimos hoje, e dizer a cada amanhecer sem ser preciso tantas festas aparentes... "Mãe , eu amo você".... Bom seria... Se todos os dias fossem, mesmo, o Dia das Mães!

Nenhum comentário:

Postar um comentário